Tecnologias
Assistivas e Fissurados.
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Segundo Patrícia Almeida (in
box), psicopedagoga e especialista em técnicas de inclusão. As Tecnologias Assistivas
(TA), são a um grosso modo, uma tecnologia que provoque uma vida independente e
qualidade de vida a pessoas com deficiência. Diz ainda que: O triste é que a maior parte da população,
acha que incluir socialmente quem tem deficiência é balela.... Infelizmente a sociedade
precisa mudar a forma de pensar (sic).
Consultando a publicação de
Galvão Filho em “A construção do conceito de tecnologia assistiva: Alguns novos
interrogantes e desafios”, vamos perceber que o conceito parte de um grupo de
cientistas, especialistas, pesquisadores ou professores. Daí uma necessidade de
as categorias construtoras da ciência e definição, utilizarem conhecimentos e
vocabulários bastante distintos, e típicos, de acordo com as normas do
conhecimento científico. A preservação dos saberes por um vocabulário restrito.
O domínio da situação pelo conhecimento. A tentativa de deter um poder, de
classificar o que é, e o que não é TA.
Galvão Filho cita ainda que, “Tecnologia
Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que
engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que
objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de
pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua
autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. (CAT, 2007)” (sic).
Mas analisar e discutir tecnologias
assistivas, há uma necessidade do entendimento de algumas palavras. Como
tecnologia sendo um resultado de produção de um equipamento, resultado de
estudos e conhecimentos; produção por processos industriais e distribuição por
processos comerciais. E assistiva como um produto dando assistência, permitindo
o uso a quem tem necessidade, como o simples uso de uma cadeira para um homem
cansado. A poltrona diferenciada, no transporte coletivo, tem um objetivo de
atender pessoas com maior idade, com uma maior incapacidade de seguir uma
viagem em pé. Uma estratégia assistiva.
A oferta de cadeiras escolares
para alunos não destros, os chamados canhotos, também é um modo de prestar uma
assistência a uma minoria, que deseja estar em sala de aula tal como uma
maioria. Uma determinada cidade localizada no Nordeste, tem grande incidência
de pessoas com baixa estatura. E os supermercados da cidade adaptaram suas prateleiras
e expositores, para aqueles que são seus clientes, e talvez uma maioria em número
ou poder aquisitivo, naquela cidade. As atitudes e providencias assistivas,
procuram tornar um ambiente, multi-acessivel, independente das condições físicas
das pessoas.
Portanto conclui-se aqui que o
termo tecnologia, no caso, a assistiva, inclui-se muito bem na linguagem
cientifica e acadêmica. Alternativas ou estratégias assistivas, seria um termo
mais apropriado a diversidade de estratégias e alternativas, teorias e técnicas
que possam facilitar a pessoa com alguma deficiência, alguma dificuldade, ou
alguma necessidade de realizar uma ação, que pareça ser comum a maioria das
pessoas. Não cabe aqui o modelo teórico da atual definição, regida por normas e
regras; deficiente ou com deficiência, portador ou não. Os objetivos dos
modelos assistivos é participar de um mundo construído para os maiores
percentuais de pessoas, dos conceituados normais. Estratégias de participar de
um mesmo ambiente e espaço.
Não é raro ver em algumas
cidades, pessoas pedintes, que não possuem ambas as pernas utilizarem um
carrinho, semelhante a um skate, feito com madeiras e pregos, providos de
rolamentos, rolimãs ou rodinhas, e por vezes com um pano, ou uma almofada por
cima, permitindo seus deslocamentos por ruas e calçadas. Uma estratégia
construída sem tecnologia, só com criatividade e imaginação. Em oficinas de
automóveis também podemos ver um carrinho similar, que permite o mecânico
entrar deitado por baixo dos automóveis. Na falta de um elevador para o
automóvel, na rua ou na oficina, mecânicos disponibilizam-se de uma prancha com
rodinhas. Há casos vistos, nas ruas, de pessoas que usam os chinelos nas mãos.
As cidades buscam a acessibilidade, a começar por faixas e rampas.
No caso dos fissurados uma
variedade de conhecimentos, técnicas, estratégias e tecnologias, são utilizadas
com um objetivo. O objetivo de reconstrução do indivíduo, anatomicamente, psicologicamente
e socialmente. Por falhas em sua embriologia. A ciência com o direito, a arte e
a estética, disponibilizada ao fissurado, que pode ser excluído socialmente. Entre
tantas exclusões, um excluído dos tipos de alimentos oferecidos e encontrados.
Alimentos que precisam de uma mastigação, antes de uma deglutição.
No Rio Grande do Norte, em
Natal/RN, está sendo articulada a formação da APAFIS/RN – Associação de Pais e
Amigos dos Fissurados no RN. Com apoio e participação do CRO/RN – Conselho
Regional de Odontologia e a Academia Norte-Rio-Grandense de Odontologia. Uma
associação multidisciplinar, com a participação de pais e amigos, o encontro do
não conhecimento com o conhecimento, o simples e popular com a ciência. A
aproximação da equipe médica com o paciente, com a presença de pais e amigos,
os que convivem o dia a dia com o problema. A questão social e o problema
familiar.
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Texto para Substantivo
Plural
http://www.substantivoplural.com.br/tecnologias-assistivas-fissurados/
http://www.substantivoplural.com.br/tecnologias-assistivas-fissurados/
Texto disponível em:
Em 25/01/16
Roberto
Cardoso “Maracajá”
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